Poeta de áspero destino, boêmio, alcoólatra, dominado pelo instinto de autodestruição, vivendo sempre sem pouso certo, entre cidade e campo, Fagundes Varela representa no romantismo brasileiro o caso mais extremo de angústia, desadaptação e revolta. Em seus versos nenhum desses sentimentos é artificial, como em tanto de seus colegas de geração. Cada um de seus poemas foi vivido, sentido, sofrido, fruto de uma experiência amarga, de um amor correspondido, de uma desilusão amorosa ou da morte de um ente querido, como o pungente Cântico do Calvário, escrito pela morte do filho Emiliano, uma das mais belas elegias da língua portuguesa.