Pouco antes de morrer em Paris, em junho de 1995, o filósofo romeno Emile Michel Cioran deu esta entrevista ao escritor alemão Heinz-Norbert Jocks, publicada no nº 5 da revista Kulturchronik, editada em Bonn pela InterNationes.
Apresentamos os trechos mais importantes desta conversa em que o autor de "Silogismos da Amargura", "Breviário da Decomposição" e "História e Utopia", entre outros, fala da morte, do tédio, de sua juventude, do escritor Samuel Beckett e do início de sua ligação com a filosofia. Cioran foi um dos autores mais corrosivos e polêmicos do século XX, colocando em xeque as pretensões racionalistas e tecnicistas da civilização ocidental, assim como os dogmatismos religiosos. Seus livros são escritos com fúria e beleza, muitas vezes resvalando pela linguagem poética, através de aforismos.
Cioran nasceu em Rasinari, Romênia, em 1911, mas desde jovem radicou-se em Paris. Considerado um filósofo niilista radical, enfrentou com insistência, em seus textos, os temas do desespero, da solidão e do vazio que ronda o homem contemporâneo. Normalmente é colocado ao lado de pensadores como Pascal, Kierkegaard e Nietzsche.