Educação Especial E Diferenças Na Escola
Description:... Esta Obra é composta por ensaios acadêmicos produzidos por alunos e alunas da graduação em Letras: português e suas respectivas literatura do Departamento Acadêmico de Letras Vernáculas-DALV e dos pesquisadores e pesquisadoras do Programa de Pós-graduação em Educação-PPGE, ambos da Universidade Federal de Rondônia-UNIR, sob à docência e a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz, quando lecionando as disciplinas “Educação de Jovens e Adultos”, no curso de Letras; e, “Educação Especial e Inclusiva” para o PPGE/UNIR. A dinâmica consistiu em, após a docência no PPGE/UNIR, os mestrandos e as mestrandas apresentaram um ensaio acadêmico como trabalho de conclusão da disciplina “Educação Especial e Inclusiva”, sendo essa ministrada pelo Prof. Dr. José Flávio da Paz para o Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Rondônia-PPGE/UNIR, no semestre 2023.1. Em seguida, interessados em fazer um estágio (não-remunerado e não-obrigatório) na turma de Letras, na disciplina “Educação de Jovens e Adultos” poderiam experienciar a orientação daqueles acadêmicos, que resultou em novas produções. Logo, ao somarmos todas as construções obtivemos onde produtos válidos e, dessa forma, a atual produção. Ressalta-se que os trabalhos efetuados pelos pesquisadores e pelas pesquisadoras do PPGE/UNIR também foi apresentado durante o II Encontro Internacional de Educação Especial, Inclusão e Diversidade, evento proposto pela disciplina “Educação Especial e Inclusiva”, realizado nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2023, sob a Coordenação dos Organizadores desse livro, dos mestrandos e das mestrandas do supracitado Programa. Desse modo, o capítulo 1 traz como título EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: OS MOVIMENTOS OU REPRESENTATIVIDADE EM PROL DA EDUCAÇÃO E IDENTIDADE AFRODESCENDENTE EM RONDÔNIA, e de autoria do mestrando Altino dos Santos Oliveira, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz que assim o fez em todos os demais produtos deste suporte. Os autores versão sobre o processo educacional que causa inquietações aos seus usuários; e, mesmo com tantos apontamentos e teorias para compreender a dinâmica, ainda vemos que a situação apresenta lacunas. Uma dessas, é a educação dos povos originários, mais especificamente das comunidades remanescentes de quilombolas, uma realidade que assola tais comunidades no estado de Rondônia. Pensando o quanto essa temática é importante para a preservação e manutenção da cultura afrodescendente perceberam a necessidade de suscitar temas relacionados à cultura afro, isso para não acontecer como já aconteceu com tantas outras temáticas ligadas à educação. Por isso, detectaram os movimentos ou representatividades em prol da educação e identidade afrodescendente em Rondônia e estabeleceram como objetivo geral, a identificação, o reconhecimento e a promoção desses espaços na Capital rondoniense. Oliveira e Paz perceberam que a construção da história e da identidade afrodescendente está baseada em lutas e resistências, e passado todo esse por esse longo período de historicidade, ainda, nos dias atuais, a população negra tem garantido o direito de ocupar o espaço que desejar. No segundo capítulo, intitulado TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, das graduandas Camila Giovana Souza Melo e Daniela Hilary Nunes Nascimento, sob a orientação da mestranda Charlliene Lima da Silva, trata-se das políticas públicas e da legislação educacional brasileira, com especial afinco ao direito de todos à educação, fundamentados em um modelo de educação inclusiva, uma vez que essa visa oportunizar ao aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o atendimento educacional especializado, conforme suas especificidades, possibilitando o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades. Segundo as pesquisadoras, o estudo tem por objetivo analisar as práticas educativas na escolarização de alunos TEA na Educação Profissional, verificando se as especificidades estão sendo atendidas. A pesquisa tem como fio condutor a abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica, fundamentando-se nas premissas com base de dados do Portal de Periódicos e Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e Scientific Electronic Library Online (Scielo). Os resultados mostram que apesar de ter políticas públicas voltadas para esse público-alvo é preciso que as práticas educativas sejam executadas nas escolas de forma a proporcionar uma aprendizagem significativa ao aluno com TEA. Concluíram, portanto, que a falta de institucionalização de ações educativas inclusivas, como flexibilização de currículo, além das falhas no processo de formação docente são fatores que contribuem para exclusão de pessoas autistas na educação profissional. O capítulo três tem com título CONHECIMENTO E IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DOS SINAIS DO TRANSTORNO ESPECTRO AUTISMO (TEA) PELOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL e foi produzido pela mestranda em Educação Charlliene Lima da Silva, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz. O trabalho versa sobre a temática que a pesquisadora vem se debruçando no último ano, quando do seu ingresso no PPGE /UNIR e traz conceitos acerca do TEA como sendo caracterizado por um transtorno do neurodesenvolvimento que compromete a interação e a comunicação social em diversos contextos, como também por padrões repetitivos e restritos de comportamentos ou interesses. Considerando que nas últimas décadas tem crescido o número de crianças com TEA em escolas regulares. Neste estudo, a investigadora objetiva analisar o conhecimento dos docentes sobre o TEA e as ações tomadas a partir da identificação dos sinais de TEA na Educação Infantil. A pesquisa tem como fio condutor a abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica. Os resultados mostraram que mesmo com pouco conhecimento sobre assunto, a maioria dos docentes conseguem identificar os sinais de TEA nas crianças através das observações, porém não se sentem preparados para viabilizar o processo de inclusão e que para melhorar as ações pedagógicas, necessitam de formação inicial e continuada, infraestrutura, recursos didático-tecnológicos, currículo e políticas públicas para a inclusão socioescolar. No capítulo quatro, com o título RIBEIRINHOS NO CONTEXTO AMAZÔNICO E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA PERSPECTIVA PAULO FREIRE, a graduanda Elany Sena Lisboa, sob a orientação da mestranda em Educação Lucicleia Lima de Souza e mediação do Prof. Dr. José Flávio da Paz abordam a temática da educação e alfabetização de adultos ribeirinhos, apresentando uma proposta de ensino baseada no método freiriano, frente ao contexto específico dos ribeirinhos, que vivem em áreas remotas e muitas vezes isoladas, a alfabetização e a educação se apresentam como desafios complexos. Nesse sentido, apontam que o método freiriano, inspirado nas ideias de Paulo Freire, é uma abordagem pedagógica que busca a conscientização e a transformação social por meio da educação. A pesquisa se utiliza da abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica, fundamentando-se nas premissas de teóricos com Araújo; Oliveira (2020) e Freire (1987). Nos seus resultados mostraram que apesar dos esforços, precisamos construir uma educação relevante e significativa para os ribeirinhos. O quinto capítulo, A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO CONTEXTO RIBEIRINHO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA PERSPECTIVA PAULO FREIRE é uma produção da graduanda Iricléia Silva do Nascimento, também mediada pela mestranda Lucicleia Lima de Souza e tem como objetivo discutir a Educação de Jovens e Adultos dos ribeirinhos. A temática que utilizaram é ribeirinho no contexto amazônico e educação de jovens e adultos, segundo a visão de Freire. As autoras esperam que trazer a tona pontos desse ensino, destacando pontos relevantes, segundo as concepções de Freire, tratando-se uma uma pesquisa qualitativa, que se utiliza de referenciais teórico sustentados em Miguel Gonzalez Arroyo, no atual Referencial de Curricular do Estado de Rondônia e, obviamente, nas premissas do Pai da Educação Paulo Freire No capítulo seis, A LUDICIDADE E A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA PARA ALÉM DO LAUDO MÉDICO é a temática pensada pela mestranda em Educação Jane Lúcia Ferreira de Souza Silva, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz. Esse trabalho acadêmico é decorrente da experiência da autora, frente os resultados alcançados em uma aula expositiva e dialogada da disciplina de Educação Especial e Inclusiva do programa PPGE- Mestrado em Educação, ministrado pelo professor “Da Paz”, com base no livro de Pavão(2011), o qual dialoga com a Lei N° 13.146, de 6 de julho de 2015, que visa compreender a percepção dos profissionais da educação salas de AEE no que se refere ao atendimento especializado para as crianças com deficiência físicas nos espaços escolares de forma inclusiva. Paralelo às discussões instigadas no decorrer das aulas evidenciou a seguinte abordagem: Qual a compreensão a partir dos aporte teóricos no que tange às práticas lúdicas como proposta de inclusão dentro dos espaços escolares pelos profissionais das salas de AEE . Nessa direção, a investigadora estabeleceu o objetivo de averiguar se as práticas lúdicas obtêm lugar na atuação pedagógica pelos profissionais das salas de AEE como forma de incluir e desenvolver as crianças com deficiência física nos espaços escolares. O estudo apresenta uma relevância social por ser uma reflexão sobre o fazer pedagógico como proposta de incluir a partir da ludicidade de todos os alunos e de todas alunas, a partir de um olhar para além do laudo médico. O sétimo capítulo traz a temática INCLUSÃO DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN NA EJA e foi produzido pelas graduandas Ana Caroline Pereira Duarte e Rosangela da Silva Santos, sob a orientação da mestranda em Educação Lidiane Silva dos Santos, que motivadas pela ideia de que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) colabora para reintegração dos estudantes à escola, e, consequentemente, ao acesso na participação da vida cultural, social, econômica e educacional a que têm direito, buscaram refletir sobre os perspectivas colaboradoras para inclusão educacional dos alunos com síndrome de down na EJA. Nesse viés, a indagação norteadora do trabalho é, em que medida o processo de inclusão educacional de alunos com Síndrome de Down colabora para o seu processo de aprendizagem em sala de aula? Para que alcançassem seu objetivo e tivessem sua indagação respondida, apoiaram-se em artigos, dissertações e autores que debatem sobre a temática, servindo como embasamento teórico da causa da qual defendemos: a reintegração às salas de aulas é um processo de desenvolvimento não só social e educacional, mas cognitivo e emocional, gerando oportunidade de avanço em todos os sentidos. Por fim, concluíram que, buscando melhor colocação profissional, autonomia, autoestima e desenvolvimento educacional, às pessoas com Síndrome de Down encontram na Educação de Jovens e Adultos possibilidade de integralização social. No capítulo oito, a mestranda em Educação Lucicleia Lima de Souza, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz versa sobre A EDUCAÇÃO INCLUSIVA, ESCOLAS DO CAMPO RIBEIRINHAS NO CONTEXTO AMAZÔNICO: O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS COMO EIXO GERADOR DAS INTENCIONALIDADES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. O ensaio aborda a temática competências socioemocionais e seu desenvolvimento como eixo gerador das intencionalidades e práticas pedagógicas, considerando a educação inclusiva na conjuntura sociocultural na modalidade das Escolas do Campo e, as especificidades das escolas rurais ribeirinhas, localizadas em áreas que estão distantes dos centros urbanos, que são difícil acesso, e que estão inseridas no contexto amazônico. O produto tem por objetivo compreender a importância de incluir competências socioemocionais como eixo gerador das intencionalidades e das práticas pedagógicas na modalidade de ensino nas Escolas do campo, especificamente nas escolas rurais ribeiras de Porto Velho. Para o aprofundamento teórico considerou alguns objetivos, a saber: a) descrever a educação inclusiva na modalidade da educação do campo, nas especificidades das escolas rurais ribeirinhas; b) Caracterizar as competências socioemocionais como eixo gerador; c) Identificar práticas pedagógicas que evidenciem a inclusão das competências e habilidades socioemocionais. Segundo a investigadora, a pesquisa tem como uma abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica que eleva as discussões de diversos autores, baseado em material já elaborado conforme Gil (2002), e nas premissas de teóricos como Paz (2019), Freire (1983), Arroyo (1999), Goleman ( 2011) e Azevedo (2017). Os resultados mostraram explicitamente, a trajetória excludente desses sujeitos, no tocante aos aspectos sociocultural da modalidade escolas do campo, ao mesmo tempo que apresentou a escola como um espaço de transformação e possibilidades de mudanças ao vislumbrar a formação Integral desse indivíduo, ou seja, considerar o desenvolvimento dos aspectos socioemocionais concomitante aos aspectos cognitivos, nas práticas pedagógicas, outro ponto foi a possibilidade de assumir uma postura Inclusiva tratando-se da modalidade educação do campo, consequentemente as escolas Ribeirinhas, mesmo com todos os intempéries existentes no contexto amazônico. A ‘DIVERSIDADE / DIFERENÇA’: INTENÇÕES SUBVERTIDAS NAS ENTRELINHAS DAS CONSTRUÇÕES TEXTUAIS CURRICULARES é o tema do ensaio da mestranda Rute Barboza da Silva, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz. O seu trabalho de pesquisa discorre as políticas de inclusão e currículo escolar, bem como reconhecem a sua intensificação na e após década de 1990, advinda das provocações que a teorização pós-críticas introduzem sobre as críticas e seus desdobramentos. Tal estudo tem por objetivo despertar a necessidade de leitura analítica e crítica dos documentos normativos que decorrem a inclusão em âmbito escolar e social perante os ideais do neoliberalismo, utilizando-se da metodologia crítica dos conteúdos, numa pesquisa bibliográfica de um artigo que versa sobre políticas de inclusão e currículos numa visão foucaultiana. No penúltimo capítulo, a mestranda em Educação Silvia Nascimento Rodrigues de Almeida, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz nos apresenta as PRÁTICAS ANTIRRACISTAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA: DESCONSTRUÇÃO DE TERMOS ESTRUTURAIS, onde demonstra que a escola é um lugar de socialização e que pode permitir o fortalecimento da identidade negra, desde a Educação Infantil até os últimos anos da Educação Básica. A pesquisadora aponta que a formação da identidade é construída também através da trajetória escolar e a escola tem responsabilidade com esses indivíduos para que possam compreender a complexidade de si mesmo e respeitar as diferenças. No seu ensaio, busca compreender a complexidade na qual a construção da identidade está inserida, sobretudo quando levamos em consideração a corporeidade, sendo essa uma das tarefas e os desafios colocados para os educadores. Na concepção da investigadora, deveria ser uma das preocupações dos processos de formação de professores quando estes discutem a diversidade étnico-cultural. Diante da complexidade do racismo e seus desdobramentos perversos que asfixiam identidades e atravessam subjetividades, defende a importância da incorporação da luta antirracista na educação infantil, uma vez que corrobora para a construção de referências étnico-raciais para crianças pequenas. Além disso, a representatividade materializada na ancoragem social pelo sujeito professor/ professora antirracista e negro extrapola a prática de valorização ou celebração da identidade negra. No último capítulo, o mestrando em Educação Uelinton Aires Duarte, mediado pelas orientações do Prof. Dr. José Flávio da Paz alude sobre o ACOLHIMENTO DE JOVENS LGBTQIA+ NA UNIVERSIDADE: BREVÍSSIMO ENSAIO. Esse ensaio trata a LGBTfobia nas universidades, onde é considerada uma realidade preocupante que precisa ser abordada e combatida de forma efetiva. Infelizmente, em alguns casos, estudantes e até mesmo professores LGBTQIA+ podem enfrentar discriminação, preconceito e hostilidade dentro do campus universitário. Por isto, segundo o autor do trabalho, é fundamental que as universidades assumam a responsabilidade de combater a LGBTfobia e promovam um ambiente de respeito e inclusão para todos os membros da população acadêmica. Isso não apenas cria um espaço seguro para os estudantes LGBTQIA +, mas também contribui para a formação de profissionais mais conscientes, empáticos e preparados para atuar em uma sociedade diversa. Dessa forma, os jovens que não se encaixam no padrão do cisgênero e heteronormativo ingressam nas universidades já com suas vidas impactadas pelo preconceito e a discriminação. Nesse ambiente, nem todos os profissionais são formados para o acolhimento desses jovens, o que torna ainda mais preocupante o peso dessas experiências. Assim, espera-se contribuir com as práticas docentes que integrem as graduações às pós-graduações, no sentido de possibilitar o alargamento da percepção e o incentivo ao hábito da leitura do mundo, previamente as leituras da vida escolar e seus sentidos Boa leitura! Até mais!! Prof. Dr. José Flávio da Paz-UNIR Prof. Dr. Néstor Raúl González Gutiérrez-UNAD Organizdores
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