Este livro reúne um conjunto de pesquisas relativas aos cetáceos, em especial, as
baleias. Grande parte de seu conteúdo foi apresentado do II Simpósio Internacional de
História e Antropologia da Indústria Baleeira nos Mares da América do Sul, no eixo
temático Memória, patrimônio e identidades baleeiras sul-americanas.
O simpósio foi realizado no Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB,
cidade de Cachoeira, Estado da Bahia, em maio de 2017, quando buscou dar continuidade
as discussões acerca do tema a fim de estreitar as relações entre pesquisadores do campo
da Antropologia, História e áreas afins. Como uma ação da Red de Culturas Balleneras
de Sudamerica, teve como meta debater as teorias e os métodos empregados nos estudos
que vêm sendo desenvolvidos por investigadores de vários países da América do Sul
sobre a caça da baleia e o beneficiamento dos seus derivados para fins comerciais ao
longo dos séculos.
Particularmente, neste evento pudemos ampliar as abordagens, propiciando ao
público informações científicas sobre a conservação ambiental, os estudos de
comportamentos de cetáceos, com as contribuições do Projeto Baleia Jubarte e do
Laboratório de Ecologia Acústica e Comportamento Ambiental da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia.
Portanto, o livro aqui apresentado, oferece ao leitor artigos voltados tanto aos
aspectos biológicos quanto aos culturais. Em especial, o debate da memória e do
patrimônio baleeiro tornam-se importantes para as construções das heranças culturais
regionais, como ocorre no Chile e nos Açores.
Grande parte das pesquisas com as baleias jubartes apresentadas nesta coletânea
foram possíveis graças ao trabalho, contínuo e interrupto, de conservação ambiental no
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, extremo sul da Bahia. Séculos atrás, baleeiros
passavam por Abrolhos e aumentavam seus stocks de óleo quando cada baleia era
derretida em caldeirões dentro dos próprios navios. Por pouco, as novas gerações não
teriam conhecido esses grandes seres marinhos. Cabe a elas a missão de preservar os
oceanos e sua biodiversidade, para que novas histórias de interação entre a humanidade e
as baleias possam ser contadas no futuro.