MANAUS DE DOIS RIOS, GENTES E MATAS: literatura e geografia dos sentimentos
Description:... O livro Manaus de dois rios, gentes e matas: literatura e geografia dos sentimentos de Francisca de Lourdes Souza Louro e José Aldemir de Oliveira apresenta um “texto ficcional que dramatiza o momento a que faz referência e, a parte da história e da geografia, a ficção investe na desrealização, porém, com zelo ao ultrapassar os lugares sobre os quais as personagens vagueiam”.
Esta obra dialoga com os artifícios da Literatura com a ciência da Geografia Humana que estuda a relação dos seres humanos e o ambiente em que vivem, já que a Literatura redesenha o espaço, o lugar, a cidade nos arquivos da memória para ficcionalizar o universo social das personagens como se verifica na biblioteca imaginária do autor Milton Hatoum. Para alcançar a intensidade ideal, o autor leva o leitor a perceber nas três obras estudadas a organização serial, ao apresentar os movimentos que a cidade viveu desde a chegada dos libaneses à cidade, a implantação do ciclo da borracha, a implantação da era Zona Franca de Manaus que transformou a cidade em vários aspectos social e arquitetural. Os rios são vias de fuga para trabalho e lazer, sair do barulho da cidade. Parintins se apresenta como refúgio dos ricos produtores da juta, semente plantada pelos “filhos dos japoneses davam um duro danado, em poucos anos tinham feito muitas coisas, trabalho de um século” (HATOUM, 2005, p. 71) sementes plantadas no interior no mesmo modelo de trabalho escravagista da época do Látex, para serem convertidas em matéria prima beneficiada e comercializada na cidade. Assim sendo, Francisca de Lourdes Souza Louro e José Aldemir de Oliveira buscam “na realização textual a paisagem da cidade presente na memória e de fato, nos três romances de Hatoum, a Cidade Flutuante que reconfigura a Manaus revisitada nas leituras, constatadas pelas muitas inferências nominativas estilhaçadas, os lugares, os monumentos visualizados e (re)visitados, do esplendor às ruínas, apresentando, na decadência progressiva, a marca do capitalismo no processo de urbanização” da cidade de Manaus.
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