Livro que procura caracterizar os aspectos psicológicos inerentes ao processo do controle social, segundo a perspectiva da “análise experimental do comportamento” desenvolvida pelo psicólogo contemporâneo B. F. Skinner. Trata-se, a rigor, de um exercício crítico de testagem da aplicabilidade do sistema skinneriano ao estudo de uma questão social humana significativa e dramática, que termina por concluir pela inteira validade e fecundidade de tal aplicação.
O livro apresenta, por um lado, um certo sabor didático, na medida em que proporciona ao leitor uma introdução clara e comentada à obra de Skinner, desde a fase empírica de laboratório, passando por suas extrapolações acerca do comportamento humano complexo, até sua mais recente sistematização nos princípios do “behaviorismo radical” . Por outro lado, configura-se também como uma consistente coleção de produtivos esforços de articulação entre proposições psicológicas e sociológicas específicas, com vistas ao melhor equacionamento e análise do problema do controle social.
Não sendo em si próprio um trabalho de polemização, e até pelo contrário, basicamente conciliatório de diversos tipos de abordagens teóricas, constitui, por isso mesmo, um novo elemento discursivo a influir no desdobramento da acirrada polêmica em torno do pensamento skinneriano, que atualmente empolga e divide principalmente os psicólogos, mas também sociólogos, antropólogos e cientistas políticos. “ Controle social” e “ controle do comportamento” , termos dotados de intensa conotação emocional negativa para a maioria das pessoas, são, neste livro, encarados como expressões científicas adequadas para a descrição do fenômeno humano, e assim explorados de modo objetivo e politicamente conseqüente.