Por que alguns tipos de documentário e formas não narrativas são considerados os mais interessantes, emocionantes e provocativos filmes produzidos nas últimas décadas? Obras de diretores como Ross McElwee (Bright leaves), Agnès Varda (Os catadores e eu), Abbas Kiarostami (Close-up) e Ari Folman (Valsa com Bashir) têm chamado a atenção dos espectadores que, ao mesmo tempo, encontram dificuldades para categorizá-las. Às vezes descritos como documentários pessoais ou filmes-diário, esses ecléticos trabalhos são, na verdade, mais bem entendidos como variações cinematográficas do ensaio, conforme argumenta Timothy Corrigan nesse estimulante e indispensável livro.
Desde Michel de Montaigne, os ensaios têm sido vistos como uma categoria literária mas, apesar de pioneiros como Chris Marker, ainda são raramente discutidos como uma tradição cinematográfica. Ao se aprofundar na longa relação entre literatura e cinema, bem como trazer novas interpretações e modelos teóricos, o autor oferece conceitos que mudarão esse cenário.